O que é uma métrica North Star? Conheça o framework e saiba como aplica-lo

A métrica North Star é a métrica que melhor captura o principal valor que seu produto entrega aos clientes. Ela define o relacionamento entre os problemas do cliente que a equipe do produto está tentando resolver e a receita que o negócio pretende gerar ao fazê-lo.

Você é gerente de produto e esta planejando sua próxima feature (ou produto) que vai lançar. O seu time de marketing esta pensando nas campanhas para 2020, o time de CS esta criando novos mecanismos para aumentar a retenção. Ótima noticia! Pelo jeito sua empresa esta focada em oferecer uma melhor experiencia.

O alinhamento entre os times é essencial para qualquer empresa e um desafio que toda empresa enfrenta regularmente. Garantir que todos estejam se esforçando em direção aos mesmos objetivos estratégicos enquanto ainda trabalham e pensam independentemente não é fácil, principalmente quando a empresa é dividida em equipes separadas.

Como o foco no produto se combina com os objetivos dos outros setores que a empresa definiu e esta metrificando? Para alguns líderes, eles adotaram o conceito de uma métrica North Star isolada para impulsionar a empresa e medir o progresso.

Mas pode realmente haver um único número para avaliar o progresso e o sucesso de uma empresa?

Por milhares de anos, o North Star tem sido uma ferramenta inestimável para a navegação. Ela fica diretamente acima do Pólo Norte, e por isso, um hemisfério inteiro de viajantes poderia contar com ele para ter uma perspectiva e seguir o caminho de seu destino final.

No mundo corporativo, a métrica North Star é um framework que surgiu recentemente nas empresas do Vale do Silício com um crescimento extraordinário. A North Star é a métrica que melhor captura o principal valor que seu produto entrega aos clientes e é a medida de sucesso para a equipe de produto de uma empresa.

Ele define o relacionamento entre os problemas do cliente que a equipe do produto está tentando resolver e a receita que o negócio pretende gerar ao fazê-lo. Otimizar seus esforços para aumentar essa métrica é essencial para impulsionar o crescimento sustentável em toda a sua base de clientes.

A North Star é a métrica que melhor captura o principal valor que o seu produto oferece aos [seus] clientes

Sean Ellis

Além da métrica, o framework inclui um conjunto de input que atuam como fatores para produzir a métrica. Dessa forma os diferentes setores da empresa podem influenciar diretamente esses inputs com seu trabalho diário. Essa combinação de métricas e inputs serve três propósitos críticos em qualquer empresa:

1. Ajuda a priorizar e acelerar a tomada de decisões informada e descentralizada;
2. Ajuda as equipes a se alinhar e se comunicar;
3. Permite que as equipes se concentrem no impacto e no crescimento sustentável liderado pelo produto (product-led).

Esse framework simples serve como um template contendo as suposições, crenças e relacionamentos entre as iniciativas. Depois de montá-lo e testá-lo, ele se torna como uma espécie de equação que indica os fundamentos da sua empresa e das características do seu produto.

1. A métrica North Star (estrela guia)

O coração do framework é a métrica North Star, um único numero, contagem ou proporção que representa sua estratégia de produto. Essa métrica é um indicador que define o relacionamento entre o problema do cliente que a equipe do produto está tentando resolver e o resultado de longo prazo para a empresa.

Uma característica óbvia do framework é que ele apresenta apenas uma métrica da North Star. Certamente, empresas maiores, com várias divisões, diferentes departamentos, produtos e bases de clientes podem ter diferentes métricas da North Star.

Mas se uma equipe está contribuindo para um único produto ou mesmo um portfólio de produtos que atende a uma única base de clientes, eles devem considerar fortemente ter uma única North Star, composta por uma métrica e seus inputs (a seguir).

Checklist da métrica North Star:

1. Expressa valor. A North Star representa o que os clientes valorizam em seu produto. Quando as equipes não conseguem conectar sua North Star Metric ao valor do cliente, elas correm o risco de conduzir seus negócios pelo caminho errado. Isso significa métricas, como “Usuários ativos diários” ou “Usuários registrados”, não são boas métricas, pois não dizem nada sobre o que seus clientes valorizam.
2. Representa a visão e estratégia do produto. Depois de determinar sua North Star, se você construiu uma boa métrica, você deve ser capaz de identificar sua estratégia e visão de produto. (mesmo que de alto nivel). É recomendado que sua North Star seja exclusiva para seus negócios, no entanto, algumas empresas podem ter uma missão que não é particularmente diferenciada. Por exemplo, se sua empresa obtiver um bom desempenho em um produto comoditizado, não se preocupe se sua North Star não é única. Talvez sua execução seja o que o diferencia.
3. Principal indicador de sucesso. É por isso que métricas como “Receita mensal” ou “Receita média por usuário (ARPU)” não são boas métricas: elas informam o que aconteceu no passado, em vez de prever resultados futuros. Idealmente, sua métrica North Star prevê o crescimento sustentável de médio a longo prazo.
   
   Exemplo: se você estiver construindo um produto baseado em assinatura, poderá considerar a receita anual dos assinantes uma métrica importante, mas é um indicador passado. Em vez disso, você pode identificar características que se correlacionam com um usuário com probabilidade de renovar sua assinatura e criar uma métrica em torno disso. Se um usuário executar alguma ação várias vezes (escutar x musicas, adicionar Y amigos), isso está relacionado à renovação de uma assinatura?
4. Acionável. Sua North Star deve ser algo que você acredita que pode influenciar ou fazer. Isso significa que não deve ser uma medida de uma tendência do mercado ou refletir realidades do mundo real que seriam verdadeiras se o seu produto existisse ou não.
   
   Exemplo: uma equipe que cria um aplicativo de RH para melhorar a experiência e a retenção de funcionários das empresas pode considerar “Número de usuários ao longa da vida do cliente” uma métrica aspiracional da North Star, mas as tendências do mercado de trabalho dificultam a influência da equipe nessa situação.
5. Compreensível. A North Star não deve ser misteriosa ou abstrata onde você não possa explicá-la facilmente para pessoas não técnicas ou expressá-la em linguagem informal. Um teste simples: ao desenvolver sua North Star, descreva-a para alguém que conhece o seu negócio, mas não possui profundo conhecimento técnico. Se for uma boa métrica, eles poderão entender rapidamente sem grandes problemas.
6. Mensuravel. Se você não conseguir configurar seus produtos e processos para coletar os dados necessários para rastrear e comunicar a métrica North Star, essa não é uma boa métrica, mesmo se você perceber que é um forte indicador de valor para o cliente. Você pode fazer uso de ferramentas de tracking como Mixpanel e Amplitude para fazer esse acompanhamento.
7. Não é uma métrica de vaidade. Algumas métricas podem fazer você se sentir bem com o desempenho da sua equipe ou com o seu mercado no curto prazo, mas elas não refletem o sucesso a longo prazo do seu produto. Elas são o que chamamos de métricas de vaidade, e por isso não devem ser utilizadas como sua métrica North Star. Exemplos são: (1) usuário ativos diariamente, (2) impressões da página, (3) número de downloads, (4) usuários registrados, (5) tempo na página.

2. Inputs

Os inputs são tão importantes quanto a métrica. Eles são um conjunto pequeno (3-5) de fatores influentes e complementares que você acredita que afetam diretamente a métrica North Star e que acredita que pode influenciar através da oferta de produtos.

Por exemplo, o Instacart, um serviço de entrega e retirada de mercadorias no mesmo dia, identificou quatro inputs em uma métrica North Star do total de itens mensais recebidos pontualmente. Eles precisam que (1) muitos clientes façam pedidos; (2)Esses pedidos contenham muitos itens; (3) Instacart precisa atender muitos pedidos; e (4) os pedidos precisam ser entregues no prazo;

Os inputs podem variar bastante de acordo com o setor, modelo de negócios e características únicas de um produto. A chave é identificar os principais fatores que contribuem para a métrica North Star para sua empresa/negocio.

3. O trabalho

Chamamos as atividades que as equipes usam para tornar seu produto “o trabalho”. Quando usamos esse termo, estamos nos referindo às tarefas diárias de fabricação de produtos: pesquisa, design, codificação, teste, refatoração, prototipagem, experimentação e similares.

Não importa como sua equipe opere, o trabalho que você faz deve se alinhar à estratégia orientada pela sua North Star.Uma métrica North Star e Inputs devem ser conectados a essas tarefas.

Um workshop da North Star não precisa ser excessivamente complexo – com 60-120 minutos e sem muita preparação, sua equipe composta de integrantes de diferentes partes da empresa irão se reunir, participar de diversas atividades e ao final, serão capazes de produzir sua métrica North Star.

Algumas equipes conduzem sessões adicionais para definir com precisão suas métricas e insumos da North Star, para fortalecer a conexão entre métrica e sua estratégia ou alinhar a North Star aos processos de desenvolvimento existentes.

Dica: Quer você faça esse trabalho mais profundo em sessões adicionais de workshop colaborativo ou em sub-equipes, sugiro que você comece com um workshop colaborativo com integrantes de vários setores.

• Preparação

Agenda tipica

• 15 minutos- Discussão: sobre os motivos da North Star;
• 15 minutos – Atividade: Identifique o tipo de de produto que você tem;
• 15 minutos – Discussão e atividade: Identifque a qualidade da sua north metric;
• 15 minutos – Discussão: A estrutura da North Star e a formula do produto;
• 45 minutos – Atividade: elaboração da sua própria North Star e convergindo;

Quem incluir

Os workshops da North Star são mais bem-sucedidos quando a equipe tem as seguintes características:

• Um facilitador qualificado. Alguém na equipe precisará servir como um facilitador imparcial para o workshop. O facilitador definirá a agenda, organizará a reunião, liderará as discussões e guiará a equipe nas atividades.
• Familiaridade com a estrutura. A equipe certamente não precisa ser especialista no framework. No entanto, no mínimo, o facilitador deve se familiarizar com a estrutura, as conexões e as implicações.
• Grupo diversificado de especialistas. Os participantes devem cobrir as áreas fundamentais do seu produto e negócio: engenharia, finanças, design, gerenciamento de produtos, análises, vendas e marketing. Isso também deve incluir os principais tomadores de decisão e influenciadores organizacionais. (Dica: Conheça o framework DACI de tomada de decisão em time)
• Dados e Insights. Colegas com informações importantes sobre as necessidades e comportamento do cliente, dados de mercado e outras informações qualitativas e quantitativas são vitais. Você também deve incluir pessoas que frequentemente interagem com seus usuários e clientes e podem representar o ponto de vista deles.
• Time pequeno. Apesar de ser circula uma representação diversificada, evite incluir muitas pessoas em seu workshop inicial. De acordo com Robert Sutton, professor de Stanford Business, “equipes maiores colocam ‘carga cognitiva’ esmagadora em membros individuais”.

Dica: Mantenha seu grupo o menor possível, desde que você inclua representação de cada disciplina critica da sua empresa. Eventualmente, você acabará construindo uma rede mais ampla. Sumatton, que estuda a composição de equipes eficazes, diz que as pessoas são mais eficazes quando trabalham em grupos entre 2 e 7.

• O workshop

Etapa 1 – Abertura (15 minutos)

É importante iniciar um workshop da North Star com uma discussão saudável sobre os motivos que estamos reunindo, os problemas que queremos resolver ou as mudanças que queremos fazer.

Aqui estão algumas perguntas a serem colocadas durante a discussão de abertura:

• Como seria se tivéssemos um maior senso de impacto em nosso trabalho?
• Todos nós entendemos claramente nossa estratégia de produtos? O que nos impede de ter clareza?
• O que significa ser product-led (liderado pelo produto)?
• Como nosso investimento atual em produtos está conectado ao desempenho futuro dos negócios?
• Qual é a relação entre o trabalho do produto e nossos resultados financeiros?

Etapa 2 – Identifique o tipo de de produto que você tem (15 minutos)

Se sua empresa for SaaS, provavelmente seu produto é um dos 3 abaixo. Entendendo qual deles pode ajudá-lo a identificar sua North Star.

Com base em uma pesquisa com mais de 11.000 empresas e na análise de três trilhões de ações de usuários, a Amplitude classificou os produtos digitais de empresas em um dos três “tipos possíveis”:

• O jogo da atenção: quanto tempo seus clientes estão dispostos a gastar em seu produto?
• O jogo de transações: quantas transações seus clientes fazem em seu produto?
• O jogo da produtividade: com que eficiência e eficácia seus clientes pode realizar seu trabalho?

Por exemplo, se você estiver jogando o jogo Produtividade, você deve entender que seu usuário escolhe o seu produto porque ele tem um trabalho a fazer. Ele quer fazer isso de forma eficiente e sem erros. Inclusive, uma medida de sucesso pode ser que ele esteja usando menos o seu produto.

Isso é muito diferente do jogo da Atenção, onde o tempo gasto no produto tem mais chances de indicar satisfação. Você sabe que é bem-sucedido quando seu usuário é absorvido pelo seu produto e o utiliza mais.

Por outro lado, se você está jogando um jogo de transações, você tem um conjunto diferente de desafios: ajudar os clientes a encontrar o produto certo para suas necessidades, realizar transações sem esforço e acompanhar a produção e a entrega.

Etapa 3 – Identifique a qualidade da sua north metric (15 minutos)

Durante o workshop, analise o checklist listado anteriormente e pergunte-se como essa lista se aplica ao seu próprio produto. Por exemplo, discuta o que significa que uma métrica “esteja alinhada à sua visão do produto” ou se a métrica que definiu é mensurável (e como mensura-la).

Uma boa atividade é dedicar alguns minutos para debater o que seria uma North Star horrível para sua empresa. Esses anti-exemplos liberam o pensamento dos participantes e podem definir limites que serão úteis quando você realmente definir sua métrica e inputs mais tarde.

Etapa 4 – A estrutura da North Star e a formula do produto (15 minutos)

É importante que os participantes do workshop compreendam a estrutura básica do framework North Star, incluindo a métrica e as inputs. Inicialmente, os participantes podem se concentrar em determinar apenas a métrica, quando, na verdade, o relacionamento entre a métrica e as inputs é o que é crítico. São os inputs que são os fatores acionáveis que, em conjunto, contribuem para a métrica da North Star. Pensa dessa forma: os inputs são as causas que provavelmente produzirão um efeito – a métrica.

Pense na estrutura da North Star como uma formula

Para determinar sua métrica e inputs, pense conceitualmente sobre sua North Star como uma fórmula ou equação (embora poucas métricas são como verdadeiras funções matemáticas). Ao fazer isso, considere as coisas que você, a equipe do produto, pode realmente influenciar. A North Star é uma função de vários fatores. Como você definiria esses fatores? Embora essa abordagem de fórmula simplifique demais todas as coisas que fazem um negócio ser bem-sucedido, é uma metáfora útil para isolar os fatores mais importantes e acionáveis.

Padrão comum de input: largura, profundidade, frequência, eficiencia

Uma heurística muito útil quando as equipes estão criando inputs é considerar a largura (breadth), profundidade (depth), frequência (frequency) e eficiência (efficiency). Os inputs para uma métrica North Star geralmente seguem esse padrão, que pode ser facilmente adaptado a diferentes contextos.

Por exemplo, uma métrica North Star simples para um e-commerce de alto volume como o Instacart é “total de itens mensais recebidos pontualmente pelos clientes”. Utilizando a heurística citada anteriormente, os inputs para essa métrica da North Star podem ser:

• Largura: número de clientes que fazem pedidos por mês;
• Profundidade: número de itens em um pedido;
• Frequência: número de pedidos concluídos por cliente a cada mês;
• Eficiência: porcentagem de pedidos entregues no prazo;

Independentemente do setor em que você está ou do jogo, muitas vezes você pode adaptar a “largura, “profundidade”, “frequência” e “eficiência” para se adequar ao seu produto.

Etapa 5 – Crie a sua North Star (45 minutos)

Todas as discussões iniciais e atividades de aquecimento devem ajudá-lo com a atividade mais significativa do workshop: trabalhar em sua North Star. Siga os passos a seguir para maximizar seus esforços e candidatos.

1. Obtenha candidatos a North Star dos candidatos. Em vez de todos colaborarem em voz alta, peça a todos da equipe da North Star que passem 5 a 10 minutos em um brainstorm silencioso com o template que forneci acima. Para ajudar os participantes, você pode compartilhar o checklist de critérios em uma tela, para que todos possam pensar no que é uma boa métrica da North Star.
2. Fique em dupla e compartilhe suas ideias. Depois de passar um tempo em reflexão silenciosa, crie duplas, onde devem compartilhar suas idéias, refinando os conceitos um do outro.
3. Compartilhe os candidatos a North Star com o grupo. Avalie os candidatos criados em relação ao checklist e procure diferenças e pontos em comum.Eu gosto de usar um processo mais formal com votação (com o dot voting por exemplo), classificação ou pontuando cada métrica candidata em relação a cada item do checklist para uma lista de verificação boa North Star.

Rachel Bethany, gerente de sucesso do cliente, observa: “As equipes sempre parecem surpresas ou preocupadas quando há debate e desacordo gerado pela apresentação da North Star, mas acho que esses são os melhores momentos. Isso deixa claro – tão rapidamente – onde as equipes não estão alinhadas e qual é o impacto disso. ”

Conclusão: Unifique o resultado

Durante o seu workshop, você teve discussões generativas e provavelmente desenvolveu várias idéias. Conclua convergindo: chegando a um acordo, confirmando e documentando suas decisões.

• Qual o jogo que você esta jogando?
• Quais são seus candidatos mais fortes para uma North Star e inputs?
• Se você não tem um ou dois candidatos líderes, o que você pode eliminar?
• E que informações adicionais você precisará para finalizar suas decisões?

Observação: Algumas equipes conseguem chegar a uma métrica North Star ao final do workshop, mas muitas outras precisam de outras reuniões para “bater o martelo”. Não se preocupe com isso, o importante é ter conversas valiosas e manter o alinhamento do time.

• Definindo a North Star e os Inputs

Etapa 1 – O nome e a definição

Uma métrica North Star e cada uma de seus inputs devem ter um nome e uma definição. O nome da sua North Star deve ser atraente e descritivo, algo expressivo e contundente que inspire a organização. E no caso da definição, ela deve ser precisa e clara, explicando exatamente como você a medirá.

“nossa métrica North Star é chamada [X], que definimos como [Y]

Andrew Chen, investidor, empreendedor e escritor do Vale do Silício, enfatiza a importância do nome da sua North Star. “Você precisa ser capaz de explicar isso para outras pessoas. Portanto simplifique-o até o ponto em que grande parte do seu roadmap do produto está focado em aumentar a métrica”.

Exemplo de métrica:

• Muito vaga: Nossa métrica North Star rastreia assinantes que compartilham nosso conteúdo.
• Mais especifica: Nossa métrica North Star: frequentes compartilhadores de conteúdo (FCS). Definição: o número de assinantes únicos que compartilham uma média de dois ou mais artigos por semana durante o período de 12 semanas anterior.

A definição da sua métrica deve abranger o (1) mercado atual, (2) a funcionalidade e o (3) desempenho do seu produto e seu potencial futuro. Sempre haverá uma tensão saudável entre o que você é (o estado atual do seu produto) e o que você quer ser (alguma nova realidade que deseja ativar com o seu produto).

Uma boa dica, é fazer um brainstorming dos comportamentos reais que podem estar alinhados com o conceito por trás dos inputs e métricas North Star. Por exemplo, se seu produto foi projetado para incentivar a meditação regular, você pode observar faixas prolongadas de sessões diárias de meditação.

Ao convergir em sua North Star e Inputs, considere as seguintes perguntas:

1. Como as mudanças nessa métrica afetarão sua tomada de decisão? Que decisões você espera informar?
2. O que essa métrica não informa? Alguma dessas perguntas ou incertezas é mais importante de abordar?
3. Suponha que todas as atividades de desenvolvimento de produtos pararam. A métrica aumentaria? Por quanto tempo? Por quê?
4. Você será capaz de melhorar essa métrica de forma contínua ou frequente com o mínimo esforço?
5. Como a métrica é afetada pelos efeitos de sazonalidade, dia da semana e dia do mês?
6. É possível (e útil) comparar essa métrica entre várias coortes de contas e usuários? (dica: faça a analise de ambas de qualquer forma)
7. Qual será o seu sinal para revisitar essa métrica? Supondo que você o revisite periodicamente, quais testes você executará para determinar que ainda é útil?

Etapa 2 – Obtendo os inputs corretos

Os inputs são alguns fatores que, juntos, produzem a métrica North Star. Eles são tão importantes para a propria métrica para o framework.

Dana Levine, gerente de produtos da Amplitude, explica por que os inputs são tão importantes. “Um grande erro é quando as equipes tentam melhorar a North Star diretamente, em vez de tentar melhorar os inputs que resultam na North Star.” Ele continua: “Uma boa North Star é o resultado de uma combinação de coisas sobre as quais uma equipe pode fazer algo. Identificar essas coisas, trabalhar nelas e ver como a métrica North Star responde é muito melhor do que tentar influenciar a North Star diretamente. ”

O seguinte template pode te ajudar a determinar os inputs, seu nome e descrição:

Acredito que [métrica North Star] seja uma função de [X, Y, Z]. Também acredito que existe alguma independência entre [X, Y e Z]

1. Fazer um mapa mental é uma técnica para identificar inputs e métricas. Comece observando sua métrica North Star, ou mesmo apenas um candidato, em um quadro branco. Em seguida, observe de forma colaborativa relacionamentos e conceitos em clusters.
2. Em seguida, refine o mapa combinando conceitos relacionados, eliminando informações estranhas e reforçando os relacionamentos entre os elementos;
3. Gaste tempo editando e esclarecendo os conceitos em seu mapa mental, para que a métrica esteja no centro dela e os fatores contribuintes sejam todos nomeados e definidos com um alto nível;
4. Depois de definir seus inputs em um nivel de abstração maior, será muito mais fácil definir métricas exatas para cada input.

Etapa 3 – Testando os inputs e a North Star

Se seus inputs são muito amplos, pode ser difícil concentrar seus esforços e medir o impacto. Por outro lado, se os inputs são muito específicas e prescritivas, você pode ter dificuldades para identificar soluções inovadoras para resolvê-las. Por exemplo: “clientes satisfeitos” é muito ampla, e “avaliações positivas nas mídias sociais” muito restritas.

Aqui estão algumas maneiras de testar seus inputs:

• Teste 1 – Teste das idéias. Para este teste, esqueça o roadmap, missões ou outras restrições atuais. Em vez disso, concentre-se em gerar novas idéias. Faça esta pergunta à equipe: “Quantas oportunidades você pode criar em dois minutos para influenciar esse input?”. Se a equipe ficar sem ideias rapidamente, você poderá precisar de input mais abrangentes. Se eles estão nadando em idéias, muitas delas excessivamente amplas, você deve ser mais específico.
• Teste 2 – Verificação do roadmap. Para este teste, considere seu roadmap atual. Faça uma lista das iniciativas em andamento e discuta como elas podem influenciar os inputs que você escolheu. Em muitos casos, você verá um link claro. Às vezes, o link está implícito e contém uma série de suposições sobre as quais vale a pena conversar, as vezes o link não é claro, e você vai precisar rever o impacto das suas iniciativas da métrica!

Você pode usar este formato de validação de idéias: Temos a oportunidade de melhorar [um input] se pudermos [alguma mudança de comportamento, resultado]. Intervenções potenciais que podemos tentar explorar essa oportunidade incluem [recursos, experimentos, etc.].

Algumas equipes serão mais prescritivas e priorizarão features específicas direcionados a um input específico. Outras equipes serão menos prescritivas, priorizando oportunidades, mas dando aos designers e desenvolvedores autonomia para identificar o que precisa ser feito. Não importa de que maneira sua equipe trabalhe, a chave é manter uma conexão clara entre seu trabalho e sua North Star.

Talvez você já esteja usando frameworks como OKRs, roadmaps ou priorização de features. Você provavelmente está se perguntando como integrar a estrutura North Star a essas ferramentas. Nos pontos a seguir eu vou explicar como você pode fazer essa integração.

• Conectando o framework através das apostas

As equipes de produtos usam uma variedade de técnicas para alinhar estruturas estratégicas como a North Star às suas práticas de desenvolvimento de produtos. Uma abordagem que gostamos é conectar o trabalho ao North Star Framework por meio de níveis de apostas.

Neste modelo de nível de apostas, o North Star é associado a uma visualização semelhante a uma placa do trabalho em andamento e na fila. A North Star e o canvas estão conectados através de uma série de “apostas”.

Definição: apostas são as conexões entre os elementos da North Star e depois as conexões entre ela e os itens no quadro. Você pode desenhar linhas semelhantes conectando sua North Star e o canvas. Você está apostando que o trabalho ou input produzirá o resultado.

Quanto mais distante a aposta estiver do objetivo do negócio, maior será o nível. As apostas de nível 0 e nível 1 são pontos de conexão no framework North Star, enquanto as apostas de nível 2 e 3 são conectadas ao “trabalho”.

Os principais recursos incluem:

• O framework North Star. Inclui os resultados de negócios, a métrica North Star e Inputs
• Utiliza níveis de apostas para conectar o trabalho diário a métrica North Star.
• Diferentes horizontes de tempo para diferentes níveis de aposta.
• Uma fila de oportunidades classificada por forca para incentivar o foco e promover a organização em torno da North Star em várias equipes
• Fases explícitas de “revisão para promover o aprendizado. (e não apenas marca-las como “finalizadas”);
• Mudar o idioma de “A fazer, fazendo, feita” (comum no Kanban) para “Tentar, Tentando e Revisando” para separar oportunidades de experimentos e incentivar o aprendizado
• Limitar quantidade de trabalho “desenvolvendo” para melhorar o fluxo e ajudar a identificar gargalos.

Aqui está uma explicação desses níveis de aposta, usando o Burger King North Star como exemplo.

Observe como o exemplo do Burger King conta uma história coerente, abrangendo o trabalho de uma a três semanas sobre a funcionalidade (as apostas de nível 3) até as apostas subjacentes à conexão entre o North Star Metric e os resultados de negócios de longo prazo (o Apostas de nível 0).

• Conectando o framework com OKR

Muitas empresas modernas usam OKRs (objetivos e principais resultados) para definir prioridades e monitorar os resultados. Na estrutura da OKR, as equipes definem objetivos e, em seguida, definem os principais resultados que indicam progresso no sentido de alcançar cada objetivo. Os gerentes medem os OKRs em uma cadência regular para garantir que os negócios estejam trabalhando nas prioridades corretas, enquanto táticas ou intervenções dependem de colaboradores ou equipes individuais.

Dicas para usar o framework com OKRs:

• OKRs geralmente são objetivos pontuais (você quer entregar o resultado em um prazo). O North Star é possui menos relação com tempo, então esteja atento a isso.
• Tente enquadrar OKRs como o impacto que suas apostas de nível 2 terão em uma ou mais inputs.
• Desconfie de almejar uma meta trimestral que não faz sentido.
• Preste atenção em equipes que enche o trimestre de entregas, em vez de se concentrar em um resultado.

• Conectando o framework com roadmaps

Há várias abordagens para os roadmap de produtos, desde declarações de que você fornecerá features específicas em datas específicas a roadmaps que sequenciam categorias de oportunidades sem especificar prazos ou funcionalidade real.

Dicas para usar o framework com roadmaps:

• O North Star funciona melhor quando integrado a roadmaps temáticos.
• Um roadmap deve explicar rapidamente como o trabalho em andamento e o planejado se conectam à North Star.
• Ao criar um roadmap usando o North Star, concentre-se em priorizar as oportunidades com maior probabilidade de gerar insumos.
• Seja diligente em acompanhar os itens do roadmap concluídos para ver se eles tiveram o impacto esperado.
• Considere conectar sua North Star com o roadmap. (como no exemplo abaixo).

Pode ser difícil mover sua empresa / time de roadmaps cronológicos e baseados em features. Mas ao vincular vincular todo o “trabalho” do seu roadmap (o que vai ser feito) aos inputs e à North Star, você vai estabelecer a conexão entre elas e deixar claro o impacto que cada iniciativa vai gerar.

Dica final: Em vez de elaborar documentos de requisitos para cada item do roadmap, considere desenvolver documentos de 1 pagina, que tornem suas apostas explícitas e transparentes.

• Conectando o framework com priorização

A priorização é uma parte importante do trabalho de qualquer gerente de produtos. Inclusive, grande parte do gerenciamento de produtos é relacionada a tomando decisões sobre em quais opções/iniciativas a equipe deve trabalhar e por quê.

Dicas para usar o framework com priorização:

• Ao priorizar, considere a influência na North Star e a probabilidade da oportunidade de impulsionar os inputs.
• Uma série de pequenas apostas ou experimentos é preferível a uma grande aposta ou experimento.
• Não tenha medo de priorizar várias experiências ou apostas contra uma única oportunidade de alto valor.
• Preste atenção a grandes lotes de trabalho com oportunidades raras de aprender e girar.

• Conectando o framework com “valor criado”

Uma maneira de pensar em uma empresa liderada por produtos (product-led) é imaginar toda a empresa como um sistema de criação de valor que atenda às necessidades de todos stakeholders (clientes, equipe, comunidade em geral etc.).

É por isso que geralmente sugerimos que as equipes considerem a inclusão de um indicador de integridade do sistema em sua North Star. Esse input pode abranger fatores críticos e não relacionados a futures que os usuários podem não experimentar diretamente, mas que afetam indiretamente a qualidade geral do produto, como por exemplo: (1) ferramentas atualizadas, (2) tempo de onboarding de um novo funcionário, (3) testes e processo de deploys da aplicação.

O monitoramento e a correção de curso com base nestes inputs garantirão que todo o sistema é saudável e configurado para um crescimento sustentável a longo prazo. Troy Magennis, descreve seis áreas a serem consideradas quando se pensa em indicadores de saúde:

• Faça as coisas certas (valiosas);
• Faça isso de forma previsível (consistência);
• Faça certo (qualidade);
• Faça rápido (velocidade);
• Fazer lotes (quantidade);
• Continue fazendo isso (Sustentabilidade);

Sua North Star já deve cobrir “valioso”. Um input eficaz relacionada à saúde seria um composto de métricas relacionadas à “sustentabilidade”, “qualidade” e “consistência”. Embora “velocidade” e “quantidade” não sejam o objetivo (os resultados são o objetivo), as métricas de fluxo podem ser indicadores preciosos e precoces de problemas de saúde.

Dicas para usar o framework com atividades não-ligadas a feature:

• Pense na sua empresa como um sistema de criação de valor. Em seguida, identifique as principais coisas que afetam o fluxo de trabalho que gera valor através desse sistema.
• Visualize o trabalho não-ligado a feature como oportunidades, juntamente com os itens normais do roadmap. Inclua essas oportunidades no roadmap.
• Considere a inclusão de um indicador de integridade do sistema no seu framework North Star.

• Conectando o framework com a organização da empresa

Recomendo que você NÃO reveja o organograma da empresa ao utilizar o framework North Star, pois você já tem muito o que considerar e gerenciar. Quando a sua North Star estiver com bom desempenho e produzir alguns meses ou trimestres de aprendizado e sucesso, você poderá concentrar sua atenção na otimização da estrutura organizacional para tirar o máximo proveito da North Star.

Dicas para usar o framework com a organização da sua empresa:

• Considere deixar uma equipe ou grupo de equipes se concentrar em um único input por um longo período de tempo.
• Organize para minimizar as transferências.
• Organize suas equipes em torno do que é valioso. Resista a deixar sua estrutura organizacional atual forçar decisões sobre valor e prioridades.
• Dica: não existe uma estrutura organizacional ideal para o desenvolvimento de produtos.

Falar de métrica nunca é um assunto simples. “Qual métrica utilizar?”, “para quais setores?”, “vamos usar um funil ou flywheel?”. Você entendeu meu ponto.

O bom da métrica North Star, é que ele cria uma UNICA métrica, onde TODA a empresa pode ter como guia, dando a toda a equipe um objetivo comum de trabalhar, para que haja menos discordâncias e menos confusão.

E pra mim, o mais importante: ela esta diretamente relacionado com a percepeção de valor do seu cliente ao utilizar o produto. Por isso, sua métrica deve se concentrar no momento exato do processo que agrega valor aos seus clientes e tende a convencê-los a continuar utilizando sua soluçao. Em outras palavras, sua North Star deve medir o momento em que você provavelmente converte um cliente em potencial em um cliente fiel.

Se você ainda não possui uma métrica da North Star, é hora de encontrá-la. Assim, você pode começar a usar ferramentas de crescimento para atingir seus principais objetivos!